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domingo, 27 de maio de 2012


BANDAS DE MÚSICA DO PASSADO

Quando Nepomuceno ainda era a Vila de São João Nepomuceno das Lavras do Funil, já existia a Banda de Música José Virgínio dos Santos e por muitos anos todas as festas da Vila e também das localidades vizinhas, eram abrilhantadas por ela; formada por filhos, netos e agregados do velho Zé Virgínio era uma corporação musical muito apreciada e respeitada pela comunidade. Anos depois foi fundada a Lira Progressista formada por bons músicos descendentes em sua maioria de imigrantes italianos, o que garantia a excelência de suas interpretações, pois italianos natos ou "oriundis" tem sempre a música na alma e no coração. durante muitos anos as duas corporações musicais  apresentaram sua arte para alegria do povo da região, mas a harmonia só existia nas pautas de suas músicas, porque os músicos e seus familiares não eram amigos e as senhoras dos dois lados  se encarregavam de manter  a desavença com fofocas e picuinhas, mas o tempo passou e já nos anos trinta, a inimizade foi superada e as duas bandas se uniram se tornando uma só. Elegantes uniformes foram confeccionados e a Lira Progressista com o reforço  dos músicos da Banda José Virgínio dos Santos, se tornou uma das melhores bandas de música do Sul de Minas e em 1932 uma foto foi tirada para comemorar a união e total harmonia das duas facções. A maioria dos músicos da Lira Progressista, era descendente de José Virgínio dos Santos e de Caetano Felicori e por muitos anos o maestro que dirigiu os músicos foi Afonso Felicori e em sua falta a regência passou para seu irmão Hugo Felicori e o compositor dos dobrados e marchas fúnebres, era Antonio Virgínio dos Santos. A gloria e as alegrias que a Lira Progressista proporcionava era dividida entre todos os seus músicos, que eram: Afonso Felicori, Hugo Felicori, Antonio Virgínio dos Santos, Sabino Virgínio dos Santos, Mario Cardoso, João Menezes {João Zico}, Antonio Isidoro, Lazaro Silvério, Miguel do Prado, Fiinho, Abdom Batista, Targino Virgínio dos Santos, Zezinho Belchior, Geraldo Geremias {Tiziu}, Nem da Tota, Lazaro Cançado, João Geremias {Amigo}, Joãozinho do Prado, Geraldo do Prado, Joaquim de Sá, Bernardino Virgínio dos Santos, Júlio do Prado, Hercílio Mizael e talvez mais algum que eu tenha esquecido. Na foto comemorativa estrá também o João Isidoro que carregava a pasta com as partituras das músicas e o diretor da Lira Progressista Ozorio Bento da Silva com sua filha de cinco anos de idade, Vó Fia.
              Maria Aparecida Felicori {Vó Fia} 
                             27/05/2012 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

              EXPEDICIONÁRIOS DE NEPOMUCENO

As noticias da Segunda Guerra Mundial, chegavam a Nepomuceno pelos poucos radios existentes naquela época e o povo comentava de maneira quase sem interesse, porque era coisa lá de longe, que nada tinha a ver com a pacifica comunidade; mesmo quando o Brasil declarou guerra a Alemanha, o tranquilo povo de Nepomuceno acreditava que os rapazes da cidade estariam seguros, porque achavam que o conflito terminaria antes do envio de tropas brasileiras, para a frente de batalha.
   Foi um susto quando chegaram as convocações de reservistas da cidade e as familias, noivas e namoradas trataram de chorar e rezar desesperadas, mas a esperança ainda  resistia, porque ninguém acreditava que partiriam para a Europa, mas partiram, lutaram e voltaram todos felizmente vivos, mas com sequelas em sua saúde, pelos sofrimentos passados nas batalhas; Nepomuceno enviou filhos para a guerra e seus nomes estão gravados no Obelisco da Praça Padre José.
   Eles são reverenciados por seus conterraneos, com o respeito e admiração  que merecem; entre esses nossos valentes valentes expedicionários, estava Sergio Pereira o heroico soldado  dessa terra, que rastejou sob o fogo dos alemães, para salvar seu comandante que estava  ferido na terra de ninguém. O povo de Nepomuceno tem que se orgulhar agora e sempre de seus valentes pracinhas.
Maria Aparecida Felicori { Vó Fia }
25/05/2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

VILA E CIDADE...EU VI...


Quando cheguei por aqui, a Vila de São João Nepomuceno só tinha dezesseis anos, estava em plena adolescencia e eu era uma criança; era uma vila feliz e coberta por um pó vermelho e fino, mas até o pó era alegre, dançava com o vento em festivos redemoinhos, onde as crianças brincavam alegremente em correria.
Durante alguns anos São João permaneceu uma vila, mais parecendo uma grande área rural, porque era rodeada de mato e fechada pela Serra, onde aves cantavam, ribeirões corriam e o gado pastava o verde e farto capim gordura; o povo da vila era simples e todos eram amigos, quem não era parente era compadre.
As crianças eram livres, podiam brincar nas ruas livremente, porque perigo não corriam, pois todos eram amigos e gente honesta; as senhoras cuidavam de seus afazeres domesticos e de seus filhos, mas tinham tempo para as visitas as amigas e cafezinho nas varandas com suas familias, era uma vida mansa e tranqüila.
Na Vila de São João Nepomuceno, ricos e pobres estudavam na única escola do lugar, que era o Grupo Escolar Coronel Joaquim Ribeiro e o ensino era outro, a tabuada e os verbos eram cantados alegremente e o aprendizado era feito em um clima de respeito e até de veneração pelos bondosos professores.
Naquela época o Padre José rezava missas e novenas e ao mesmo tempo lutava para construir a igreja matriz, ele pedia a ajuda dos fazendeiros e trabalhava de servente ajudando os pedreiros na construção, era um padre abnegado e de mãos calejadas, foi dificil, mas a igreja matriz está ai  de hoje, e ele não será jamais esquecido.
Os anos passaram e a amada vila passou a cabeça de comarca: era uma cidade finalmente e com o mesmo nome: Cidade de São João Nepomuceno, mas Minas Gerais tinha outra cidade com o mesmo nome na zona da mata e a coincidencia criava problemas e então São João se foi e ficamos com Nepomuceno.
Hoje está ai uma bela cidade com cem anos de existencia, tudo mudou e continuará mudando, são tempos modernos e evolutivos e a Vila de São João Nepomuceno ficou no passado distante e deixou saudades, mas se os tempos são outros, o povo continua o mesmo: amigo, hospitaleiro e festeiro.
Espero que São João Nepomuceno proteja sempre essa nossa cidade centenária, trazendo paz, saúde, alegria e prosperidade para seu povo; que o progresso chegue proporcionando trabalho, educação e lazer saudável para os jovens e um perfeito atendimento para todos os idosos.
Maria Aparecida Felicori { Vó Fia } 
24/05/2012